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Ao longo do mês de junho vimos uma deterioração significativa nas expectativas em relação à economia brasileira. Enquanto os investidores locais estão cada vez menos confortáveis com a trajetória das contas públicas, pelo lado dos estrangeiros a questão parece ser mais uma perda de interesse por mercados de alta complexidade institucional, dado o elevado nível de retorno que os países desenvolvidos estão oferecendo. No caso do México, em particular, isso ficou bastante claro após as últimas eleições consolidarem o poder do atual presidente nas três esferas de poder. No caso brasileiro, a dificuldade do executivo em construir uma base de apoio no congresso para aprovação de matérias que permitam o país avançar na sua agenda de modernização, bem como as trocas de farpas quase que diárias entre o presidente da república e o banco central têm se mostrado deletérios na formação de preço dos ativos.

Com esse pano de fundo, a curva de juros nominal subiu cerca de 70 pontos básicos de forma mais ou menos paralela entre os diferentes vencimentos nos últimos 30 dias. Já as taxas das NTN-Bs aumentaram aproximadamente 25 bps no período. O índice Ibovespa avançou 1,48%, mas quando levamos em conta a desvalorização cambial de -6,6% no mês, temos um retorno em dólares de -4,8%. Enquanto isso, a bolsa americana voltou a mostrar força com a alta de 3,5% do índice S&P500, ainda puxado pelas empresas de tecnologia. Na Europa o desempenho foi majoritariamente negativo, após as eleições na França mostrarem um crescimento importante dos partidos de extrema direita. Já o índice MSCI Emerging Markets avançou 3.55%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu 5.9%, o ouro ficou praticamente inalterado e o minério de ferro caiu 8.1%. Em relação ao fluxo de investidores estrangeiros para o mercado de ações local, junho voltou a apresentar uma saída líquida de recursos superior a R$ 4 bilhões, embora com um comportamento um pouco mais benigno nas últimas sessões.

Apesar desse ambiente de deterioração dos ativos domésticos, ainda conseguimos ver pontos positivos na situação corrente. O Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a meta contínua de inflação de 3% e a atividade econômica segue crescendo a um ritmo anualizado ao redor de 2%. Da mesma forma, ainda que as expectativas futuras de inflação estejam se elevando e o câmbio desvalorizando, a última ata do COPOM mostrou que os modelos do Banco Central ainda projetam uma inflação muito próxima à meta no próximo ano caso a taxa Selic seja mantida no patamar atual de 10.5%. Ou lendo de outra forma, o BC não parece concordar com os movimentos recentes da curva de juros que apontam para necessidades de altas adicionais dos juros no curto prazo. Em se confirmando esse cenário, uma descompressão de risco deverá ocorrer.

Continuamos com a opinião que as ações brasileiras estão sendo negociadas em múltiplos extremamente descontados e, de certa forma, injustificados dado o ponto atual do ciclo econômico. Assim sendo, não descartamos uma forte correção para cima dos preços das ações, muito embora o gatilho para que isso ocorra ainda não seja muito claro no momento.
 

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